Ontem, dia 08 de março, os cursos de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil e Engenharia de Produção do Centro Universitário Unihorizontes contaram com uma roda de conversa em homenagem ao dia da mulher. Em um tom mais descontraído, as professoras Renata Filippetto, Ana Maria Nagem e Anna Luíza Bicalho, do curso de Arquitetura, expuseram alguns dos desafios vivenciados ao longo de sua trajetória profissional. O evento foi prestigiado pelo nosso pró-reitor acadêmico Tueli Tavares, pelos professores Hideraldo Fonseca, do curso de Engenharia de Produção, e Cláudio Cançado, de Engenharia Civil, além de alunas, alunos e funcionários do Unihorizontes.
Discriminação pela possibilidade de gravidez, hábito dos chefes de conferir pouca credibilidade ao trabalho que é realizado por uma mulher, e o próprio desgaste por ser necessário ficar sempre se impondo no seu local de estudo e de trabalho foram alguns dos obstáculos mencionados. Além da tendência de as arquitetas serem relegadas apenas aos serviços secundários, como produzir as atas, cuidar dos clientes e trazer o café.
A professora Renata relembrou uma vez em que uma de suas criações foi muito elogiada, e que seus colegas não podiam acreditar que aquele trabalho tão bom tivesse sido feito por ela: ‘’Você? Você tem mais jeito pra enfermeira, acolhedora, risonha, conversa com todo mundo. Você que fez isso aqui?’’, contou Renata. Já a professora Anna Luíza mencionou uma vez em que teve que viajar com um colega, ao que ele disse: ‘’Não viajo com mulher. Não gosto. Porque mulher é fresca […]’’. A professora Ana Nagem também relatou um episódio da época em que trabalhava na prefeitura de Ipatinga. Ao ser indicada por um arquiteto para substituí-lo, o prefeito respondeu: ‘’Será que ela vai dar conta de fazer a mesma coisa que você faz?’’.
Em vista das discriminações relatadas, as professoras acreditam que a geração atual de arquitetas vive uma situação um pouco melhor. O próprio curso tem um número maior de mulheres do que homens na turma, e hoje em dia há grupos que discutem a questão da mulher na profissão, legislação, redes de apoio, entre outros. Mas, infelizmente, ainda vivemos em uma sociedade muito machista, e, por isso, é importante que mulheres e homens continuem lutando pela equiparação salarial e reconhecimento do trabalho feminino.