Uma pesquisa realizada em Belo Horizonte revela que as principais causas do estresse ligado ao trabalho dos taxistas é a infraestrutura urbana inadequada e a violência. Os dados são frutos de um estudo para investigar o estresse ocupacional no trabalho dos taxistas, realizado pelo Núcleo de Relações de Trabalho e Tecnologias de Gestão (NURTEG) da Faculdade Novos Horizontes. A pesquisa constatou ainda que 57% dos entrevistados trabalha acima de 60 horas por semana e ganham entre dois a 6 salários mínimos.
O estudo concluído neste ano de 2013 demonstrou que, em relação às condições de trabalho, 26,3% dos motoristas entrevistados estão estressados. Mais de 50% dessa amostragem indica que as principais fontes de tensão excessiva estão ligadas à falta de local apropriado para realizar as necessidades fisiológicas, para embarque e desembarque de passageiros, má conservação e falta de sinalização adequada das vias públicas e a violência no ambiente de trabalho, já que os taxistas são alvos constantes de furtos, roubos, sequestros, discussões e brigas no trânsito. “A gente se depara com trânsito intenso, com engarrafamento, com acidentes no trânsito, com motoristas e motociclistas imprudentes, com pedestres que cismam em atravessar fora da faixa, com buracos na pista, com tanta coisa desgastante que fica até difícil enumerar”, relatou um dos entrevistados.
O estudo aferiu também o modo como os taxistas pesquisados enfrentam o estresse provocado por uma rotina de trabalho que chega muitas vezes há 60 horas por semana – uma carga considerada excessiva se comparada com a jornada de 44 horas semanais, regulamentada pela Consolidação das Leis Trabalhista (CLT) – e que traz uma remuneração que fica entre 2 a 6 salários mínimos. Mais de 50% dos taxistas, para minimizar o estresse, optam por conversar com amigos e familiares (81,4%); relevar situações desgastantes no contexto do trabalho (75,1%); resolver objetivamente um determinado problema (72,3%) recorrer a passatempos (71,6%); administrar efetivamente o próprio tempo, estabelecendo prioridades (69,9%); e conversar sobre situações de dificuldades e tensão decorrentes do trabalho com os colegas (56,6%).