O curso de Serviço Social da Faculdade Novos Horizontes realizou junto à comunidade acadêmica uma campanha no mês de junho para a arrecadação de agasalhos para doação no inverno. As roupas foram coletadas durante três semanas nas unidades Santo Agostinho e Barreiro. Os itens recebidos foram entregues na noite de quarta-feira (29) para a população em situação de rua na Praça da Estação, em Belo Horizonte. A entrega fez parte de uma ação promovida pela Comunidade Toca de Assis, entidade que auxiliou na arrecadação. A atividade contou com a participação de alunos e professores do curso de Serviço Social. Foram coletadas mais de 200 peças e o evento contou a com participação de cerca de 100 moradores de rua.
O Frei Carlos, integrante da Toca de Assis, e aluno do 2º período de Serviço Social, foi um dos responsáveis por idealizar a Campanha do Agasalho realizada pela FNH. A Comunidade Toca de Assis é uma fraternidade religiosa com mais de 20 anos de existência e com forte atuação em Belo Horizonte. “Nós fazemos um trabalho com pessoas em situação de rua com o intuito de devolvê-las a dignidade enquanto seres humanos e cidadãos”, diz o Frei. “Nós também trabalhamos o lado espiritual da religiosidade com essas pessoas”, acrescenta. Do ponto de vista de aluno, o Frei Carlos considera a experiência válida para ele e os colegas, “é uma oportunidade para aprendermos mais e contribuirmos com a dignidade do ser humano”, disse.
Um dos beneficiados pelas doações foi o senhor Jorge da Silva Filho, 60 anos, que avalia a Campanha como fruto de um momento vivenciado pelo país em que é preciso que todos se deem as mãos. “A sociedade como um todo, mas, principalmente, nós brasileiros, estamos passando por uma época de reencontro e redescoberta da nossa identidade”, avalia. “Um trabalho acadêmico como esse, de uma forma ou de outra, mexe com o nosso interior. Mostra para individuo que ele é importante e os outros ao seu redor também são”, reflete.
Jorge acredita que ações como a Campanha do Agasalho promovida pela Faculdade Novos Horizontes é uma oportunidade para se enxergar uma saída. “Dá condições para que as pessoas que estão no nosso meio sintam que têm condições de sair dessa situação de rua. Isso tem o poder aproximar a realidade de cada ser humano nessa situação, que é um diamante a ser lapidado”, disse.
Outro beneficiado é o senhor Antônio Argeu Xavier, que acabou em situação de rua por causa de uma doença que o impediu de trabalhar. “Foi quando conheci o trabalho da Comunidade Toca de Assis, a partir de um primeiro contato com o irmão Carlos”. Ele avalia que o trabalho da fraternidade é de grande importância e vai além do apoio material. “As ações da Toca de Assis são muito mais do que simplesmente dar comida, ela também oferece apoio espiritual e moral”. Sobre a iniciativa da Faculdade Novos Horizontes em parceria com a Toca de Assis, Argeu acredita que trata-se de um pequeno gesto que tem a força para se tornar exemplo para outras empresas. “Eu acho que são pequenos gestos como este que promovem uma nova aurora”, diz.
A Irmã Maria de Deus integrante da Toca de Assis também é assistente social e avalia de forma muito positiva a ação promovida pela Faculdade Novos Horizontes, do ponto de vista pedagógico. “O espaço acadêmico é muito importante para a compreensão da realidade, pois permite a construção do conhecimento. E nesse processo o contato com essa realidade é fundamental. A realidade precisa ser levada para dentro da sala de aula, pois permite que o estudante se enxergue na profissão e tenha certeza da sua escolha”, explica.
A professora Suênya Tathiane Souza de Almeida, coordenadora do curso de Serviço Social da Faculdade Novos Horizontes, concorda com a perspectiva apresentada por Maria de Deus. “Esta ação foi pensada, primeiramente, para atender uma necessidade dos moradores de rua nesta época do ano, a partir da mobilização da comunidade acadêmica da FNH. Mas ela também se apresenta como uma importante ferramenta didático-pedagógica para os alunos de Serviço Social”, avalia a coordenadora. “Foi uma experiência ímpar. Os relatos de vida e a emoção vivenciada foram indescritíveis”.